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DOGMA LYRICS

Último Grito

"Último Grito" (2000 EP)

1. O Poder
2. Brisa Quente da Tarde
3. Exército das Sombras
4. Correndo pela Floresta
5. Sede do Sangue
6. Último Grito







1. O Poder




2. Brisa Quente da Tarde

Na brisa quente da tarde
acorda o velho moinho
Apaga os meus passos
levanta o pó do caminho

Papoilas selvagens
macias e vermelhas
Como os meus lábios
em noites de paixão

Na brisa quente da tarde
ouço cantar rouxinóis
Voam flores perfumadas
vermelhas como o meu sangue

Como é bela a serra
ao entardecer
E ver o Sol
pela última vez

Na brisa quente da tarde
na sombra de um pinheiro
Picam as agulhas finas
como a aguda dor da dentada

E o meu sangue doce
que então escorreu
Quente nos meus seios
em rios de prazer

Na brisa quente da tarde
flutuam dentes-de-leão
E uma estranha sede que me invade
como uma doce paixão

Ouves o zumbir das abelhas
do outro lado da montanha
O céu vai escurecendo
mas a tua vista alcança
cada vez mais longe




3. Exército das Sombras

Olhando o bosque sombrio que o povo olha com temor
decidido na aventura e desvendar o seu horror
Pela estrada proibida já bem longe da aldeia
já no bosque reluzia o olhar da alcateia

Entre a aranha que tecia o fio do meu destino
tropeçando já perdido quando o terror me invadia
Entre troncos de árvores mortas ao longe rouca oração
seria vento ou morta gente ou cantava a escuridão

Era voz de viva gente que no bosque ressoava
alegre camponês ou intrépido caçador
Aliviado o próprio medo avancei na escuridão
já avistava a clareira onde esta gente orava

Agachado eu pude ver lanças na luz brilhavam
entre lagos de fogo ardente milhares de almas danadas
Tolhido pelo Terror desmaiado cai no chão
os servos de Satanás recrutavam mais uma legião




4. Correndo pela Floresta

Corro pela floresta
sem poder parar
As árvores estão mortas
mas estão a sussurrar

A floresta tem olhos
que estão a vigiar
Ao longe há sombras
que parecem caminhar

A floresta tem olhos
que estão a vigiar
Os ramos serão garras
e a carne irão rasgar

Os troncos
estão mortos
Mas estão
a ressuscitar

Olho para a floresta
sem poder falar
Os espíritos há muito mortos
estão a reencarnar

Caio nesta Floresta
sem poder gritar
A lua no céu cinzento
parece sangrar




5. Sede do Sangue

Limpa da minha boca
o sabor do sangue
A húmida serpente do desejo
que te quer a ti

Cega nos meus olhos
o brilho glorioso das noites
Macio e terno veludo
que me envolve quando espero por ti

Abraça-me
e o teu sangue borbulhante
Quente e brilhante
escorrerá pelo meu queixo
E eu escutarei até se esvair
o grito da tua agonia

Noite
ora à morte do dia
Dá-me a glória da sombra
onde vos perseguirei
Minhas presas

Sem descanso
nem cansaço
A noite a mim me pertence
e muito falta
Até ser dia




6. Último Grito

 


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